Como é realizado o diagnóstico de autismo (TEA)?
Atrasos na fala, dificuldade de interação social, padrões restritos de interesse, comportamentos repetitivos e atípicos para a idade são as principais características associadas ao TEA. Assim que os pais, médicos ou professores notarem alguma alteração no desenvolvimento da criança, é importante buscar uma avaliação para investigar os sintomas. Nesse momento é comum que os pais tenham dúvidas sobre qual profissional recorrer e se vale a pena procurar um diagnóstico ou esperar o tempo da criança.
Por isso, se você tem dúvidas sobre como e quando buscar o diagnóstico, confira o conteúdo abaixo!
Quando buscar um diagnóstico?
As características do Transtorno do Espectro Autista podem ser muito sutis durante os primeiros anos de vida, por isso é importante que os responsáveis estejam atentos para identificar possíveis sinais de atraso ou comportamentos atípicos. Ao observar qualquer padrão incomum, é importante procurar um especialista para realizar avaliações e encaminhamentos necessários para que a criança desenvolva as habilidades que estão em déficit, antes mesmo do fechamento de um diagnóstico.
Pesquisas na área de desenvolvimento infantil e autismo mostram que existem habilidades “pré-requisitos” para o desenvolvimento de habilidades mais complexas, e quanto antes forem desenvolvidas, maiores as chances de sucesso em outras fases do desenvolvimento. Por isso, quanto mais cedo ocorrerem as intervenções, mais oportunidades de aprendizado a criança terá, o que evita ou minimiza problemas futuros.
Confira nesse quadro alguns exemplos de habilidades que são pré-requisitos para habilidades mais complexas:
Habilidades do dia a dia:
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Pré-requisitos | |
Fazer pedidos, expressar incômodo, negociar e fazer combinados, pedir atenção social de outras pessoas;
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Apontar o que deseja, falar "sim" e "não", direcionar o corpo e o olhar para outras pessoas, nomear objetos, ações e estados corporais e emoções (ex. dor, tristeza); | |
Brincar de jogos compartilhados com adultos e outras crianças;
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Prestar atenção e imitar o movimento do outro, compartilhar a atenção com outra pessoa, seguir sequências e regras do jogo; | |
Escovar os dentes, arrumar a cama;
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Seguir instruções de outras pessoas, seguir sequência de ações; | |
Obedecer, aprender por instruções de outras pessoas como pais e professores;
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Prestar atenção em outra pessoa, seguir instruções básicas, prestar atenção em partes específicas de instruções ou comandos; | |
Falar sobre eventos passados e futuros, contar histórias, iniciar e manter conversas, fazer e responder perguntas;
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Nomear objetos, ações, estados corporais e emoções em si e nos outros, noção temporal, formar frases, compreender diferentes aspectos e funções da linguagem |
Além disso, as demandas externas (sociais, acadêmicas, de autonomia) ficam mais complexas na fase escolar e a criança pode não ter habilidades para cumpri-las caso não tenha o tratamento adequado, gerando frustração e estresse para a criança e para os familiares. Por isso, ao observar qualquer alteração no desenvolvimento da sua criança, procure um especialista o quanto antes para receber as informações e os encaminhamentos necessários!
Qual especialista buscar?
O diagnóstico infantil pode ser feito por pediatras, neurologistas e neuropediatras com especialidade em desenvolvimento infantil e transtornos do desenvolvimento. É recomendado que o diagnóstico seja feito em conjunto com um psicólogo especialista, neuropsicólogo e outros profissionais quando necessário. Já a intervenção deve ser feita de maneira multidisciplinar, independente do diagnóstico, de acordo com as necessidades de cada criança e as demandas da família. A equipe multidisciplinar pode envolver ao menos um psicólogo especialista, acompanhante terapêutico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, educador físico e outros profissionais. Os profissionais de cada área podem identificar diferentes aspectos do TEA presentes no caso, fornecendo informações e orientação à família não somente sobre o diagnóstico, mas também sobre os déficits cognitivos, comunicativos, comportamentais e adaptativos da criança.
Aqui no Grupo Contingência realizamos a avaliação e intervenção com base na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), abordagem padrão ouro internacional no tratamento do Transtorno do Espectro Autista.
Como é feita a avaliação psicológica?
A avaliação acontece em 3 etapas no Grupo Contingência:
1º Entrevista com os pais:
Nesta etapa as informações sobre o histórico de desenvolvimento são coletadas através de perguntas e relato dos pais, bem como as principais dificuldades e potencialidades atuais da criança em diversas áreas da vida (habilidades de comunicação, socialização, autonomia, cognição, atividades acadêmicas e adaptação em tarefas do dia a dia). Neste momento também é levantado informações adicionais sobre as condições comportamentais atuais, como auto e heteroagressão, estereotipias, inflexibilidade cognitiva, hipersensibilidade sensorial e restrições alimentares. Este também é o momento de acolher, orientar e sanar quaisquer dúvidas que a família apresente. Após a entrevista inicial, realizamos a avaliação com a criança.
2º Avaliação comportamental:
A avaliação é realizada através da aplicação de testes como o VB-MAPP, SAVVY, e AFLS para identificar o desenvolvimento de cada habilidade em diversas áreas da vida. A escolha dos instrumentos utilizados depende da idade da criança e do nível das habilidades já existentes. O terapeuta responsável poderá avaliar aspectos comunicativos, cognitivos, de socialização, habilidades pré-acadêmicas, habilidades de vida diária, além de coletar informações sobre o padrão de comportamento geral da criança.
O processo de avaliação também é o momento de apresentar o espaço de terapia para a criança e de formar vínculos. Para que esse processo ocorra de forma tranquila e positiva, a avaliação é realizada com calma, respeitando os limites e preferências de cada criança.
3º Devolutiva:
Após a avaliação realizamos uma nova reunião com os pais para apresentar o resultado dos testes, o plano de intervenção e alinhar demandas e expectativas dos pais. O processo de feedback acontece constantemente ao longo do processo de terapia, justamente para que os pais possam acompanhar e participar ativamente do processo de desenvolvimento!
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato com a gente!
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